quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Das intenções da chuva 2



"Eu perdi o meu medo
O meu medo
O meu medo da chuva
Pois a chuva voltando pra terra
Traz coisas do ar"


Chover lava; desde a calçada - que a vizinha insiste em molhar depois que a chuva passa - até a alma. Sim, lava a alma. Lava das poluições dos dias quentes e calorosos, dos contatos que se faz nos dias não-chuvosos, das pessoas que se viu e das coisas que se disse quando o sol estava brilhando.

Fala-se sobre coisas diferentes em dias de chuva e de sol. Quando está sol, sai tudo mundo semi-nu por aí falando que calor é a melhor coisa que tem, que as pessoas ficam alegres e felizes e saem pulando e achando tudo lindo. Nos dias de chuva, dizem que "droga, acaba logo", ou então "tenho medo de chuva...". Mas eu não acho que seja isso realmente. O medo que se tem não é da chuva, é das sensações que se fazem presentes nos dias chuvosos. Disso sim é que se tem medo.

Ninguém sabe lidar com dias molhados. É preciso aprender, e não é tão fácil assim. Primeiro precisa-se perder o medo da chuva, o medo de se molhar e de ter os programas de fim-de-semana atrapalhados pelas gotas. Primeiro é necessário se libertar de todos esses mitos e encarar a chuva como uma parceira. Aquela que alivia o seu dia, que deixa ele mais fresco e suportável, que não te permite derreter no "Rio 40 graus". É pra isso que serve chover.

Ou não...

Um comentário:

Darlan disse...

A chuva traz consigo revelações, nostalgia e pensamentos. Acho que ter medo da chuva é ter medo de si mesmo.