"E se teu amor, por mais pedra, não voar, liberta tuas costas do peso que não carregas. Se teu amor, por mais pena, não mergulhar, vai-te banhar, e olha-te no olhar que não te cega. Se o teu amor te pesa mais que o mundo que carregas, degela, e deixa beber os deltas"
Por não ter o que fazer, ou dizer, ou interferir, ou entender, ou julgar: me calo. Deixo o peso de tudo a quem de fato merece carregá-lo. Lavo minhas mãos impregnadas de cheiros e de pecados indizíveis. Transfiro a carga pesada demais para costas já cansadas como as minhas àqueles que a merecem carregá-la.
Sempre tive comigo - ou nem sempre, mas de tempos pra cá - a máxima de que, ao passo em que minha vida não interessa a quem não cabe interessá-la, também não me interesso por quem ou pelo que não me diz respeito. Egoísmo? eu diria preservação. Individualismo? Eu diria defesa. Fraqueza? Eu diria o contrário. Por que? Não sei explicar. Talvez porque isso não se explique - apenas se entenda (a partir do momento em que se vive a vulnerabilidade de estar aberto a problemas que não são nossos).
E mais do que força, ignorar o que não faz diferença em nossas vidas é sinal de inteligência. Porque o importante é o que importa, e problemas - ou felicidades, ou alegrias, ou êxitos alheios - não nos importam, de fato. O egoísmo está mais naquele que divide suas dores, do que naquele que não se interessa pelos medos alheios, uma vez que o primeiro não tem o cuidado de resguardar a paz do segundo, jogando pra cima dele um peso que é todo seu.
Aquele que não sabe cuidar de sua paz está aberto e disposto a sofrer um sofrimento que não lhe cabe, e estar disposto a isso não significa deixer de sofrer ao passar a sabê-lo, nem tampouco significa que estamos sendo altruistas e benevolentes.
Por isso abro mão de tudo que não me pertence. Por respeito a mim, por não desejar a óbvia e menos interessante condição de sofrer mais - e com inquietações que não me pertencem -, por inteligência. Me calo, não emito opinião a respeito: porque minhas dores já me são suficientes - até demais.
Sempre tive comigo - ou nem sempre, mas de tempos pra cá - a máxima de que, ao passo em que minha vida não interessa a quem não cabe interessá-la, também não me interesso por quem ou pelo que não me diz respeito. Egoísmo? eu diria preservação. Individualismo? Eu diria defesa. Fraqueza? Eu diria o contrário. Por que? Não sei explicar. Talvez porque isso não se explique - apenas se entenda (a partir do momento em que se vive a vulnerabilidade de estar aberto a problemas que não são nossos).
E mais do que força, ignorar o que não faz diferença em nossas vidas é sinal de inteligência. Porque o importante é o que importa, e problemas - ou felicidades, ou alegrias, ou êxitos alheios - não nos importam, de fato. O egoísmo está mais naquele que divide suas dores, do que naquele que não se interessa pelos medos alheios, uma vez que o primeiro não tem o cuidado de resguardar a paz do segundo, jogando pra cima dele um peso que é todo seu.
Aquele que não sabe cuidar de sua paz está aberto e disposto a sofrer um sofrimento que não lhe cabe, e estar disposto a isso não significa deixer de sofrer ao passar a sabê-lo, nem tampouco significa que estamos sendo altruistas e benevolentes.
Por isso abro mão de tudo que não me pertence. Por respeito a mim, por não desejar a óbvia e menos interessante condição de sofrer mais - e com inquietações que não me pertencem -, por inteligência. Me calo, não emito opinião a respeito: porque minhas dores já me são suficientes - até demais.