Naquela sala ele podia ser mais. Podia ser o que lá fora não era permitido. Podia sentir o que não podia sentir se não estivesse ali, sob aquela luz, influenciado por aqueles sons, concentrado naqueles movimentos, de frente para aquele espelho acusador e autêntico que não mostrava nada além do que se era em essência. Naquela sala era proibido proibir. Os pés descalços em sintonia com o chão, com a terra, com a Terra. Desequilíbrio para equilibrar. Dor para não permanecer quadrado, profundidade para não morrer afogado nos dogmas de fora daquela sala. Eram dois mundos. O dos reis e o dos bobos da corte, que de bobos nada tinham, e faziam por passatempo rir dos seus reis, dos donos da verdade, dos grandes senhores. Os senhores da arrogância, do "é tudo bando de bixa colorida fazendo isso". Desfilar armas e tanques de guerra é muito mais digno. Lógico. De arte ninguém precisa - os reis pensam. Do que precisam é a ostentação de sua autoridade fracassada e inútil, obrigada através de imposições ordenadas por aqueles que pensam não termos saído do regime ditatorial e que acham aque, se enfiando em um uniforme verde representam o Brasil, sua força, sua raça, sua beleza. Que fiquem pensando. Os bobos da corte riem na sala do espelho.
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3 comentários:
haha!
Que inspiração, viu?
E viva lá revolución!
(primeiroooooo! Foi mal aê!)
ahhh
adorei a continuação meu querido
mt belo
principalmente depois q me explicastes o contexto do primeiro
o segundo veio de uma clareza bela
q encanta
e viva a arte
bjos
Darlan perdeu a linha com esse comentário ¬¬
Texto simplesmente FODA!
sÓ...
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